Resenha Literária: Suicidas, Raphael Montes

Olha, não sou de fazer resenha em vídeo de algum livro - só se o livro for diferente e MUITO especial e diferente - mas esse livro conquistou o meu coração a partir do momento que li o prólogo. Quer saber mais sobre ele? Vem comigo!

Bom, se você não pode - ou está com preguiça de - assistir ao vídeo, claro que eu falarei sobre ele aqui também!

Sinopse: Um porão, nove jovens e uma Magnum 608. O que poderia ter levado universitários da elite carioca – aparentemente sem problemas – a participar de uma roleta-russa?

Um ano depois do trágico evento, que terminou de forma violenta e bizarramente misteriosa, uma nova pista, até então mantida em segredo pela polícia, ilumina o nebuloso caso. Sob o comando da delegada Diana Guimarães, as mães desses jovens são reunidas para tentar entender o que realmente aconteceu, e os motivos que levaram seus filhos a cometerem suicídio.

Por meio da leitura das anotações feitas por um dos suicidas durante o fatídico episódio, as mães são submersas no turbilhão de momentos que culminaram na morte de seus filhos. A reunião se dá em clima de tensão absoluta, verdades são ditas sem a falsa piedade das máscaras sociais e, sorrateiramente, algo maior começa a se revelar.

Bom, o livro é narrado em três tempos diferentes: 

1 - O livro do Ale, que ele está escrevendo, em tempo real, durante os suicídios;

2 - O diário do Ale, narrado antes dos suicídios e mostra todos os acontecimentos que levaram os jovens à se suicidarem;

3 - A reunião entre as mães e a delegada, que está sendo gravada enquanto a delegada lê os capítulos do livro do Ale e conversa com as mães para descobrir o que mais elas sabem e tentar entender o que levou os jovens à decisão de "brincar" de roleta russa.

Pode parecer que será confuso ler em três tempos diferentes, afinal eles mostram acontecimentos antes, durante e depois do suicídio, porém é fácil seguir a linha de raciocínio e logo você consegue ler sem confundir os tempos. Algo que ajuda a diferenciar todos eles é que cada um dos tempos tem uma fonte diferente e, logo no inicio de cada capítulo, está escrito o número do caso e se os acontecimentos descritos fazem parte do livro que foi escrito durante o suicídio, do diário do Ale ou se é a reunião entre as mães e a delegada.

A editora Benvirá, que é um selo da Saraiva, está de parabéns pois a diagramação, o acabamento e tudo mais estão perfeitos. Além das diferenças entre a narrativa de um tempo e outro há diferença também entre a fonte da narrativa do livro quando ele é escrito pelo Ale e quando ele pede para  uma outra pessoa continuar escrevendo o livro dele.

Eu, sinceramente, gostei muito do livro. A narrativa dele é bem envolvente e fácil de compreender. Claro que é questão de gosto pois se você não gosta de ler livros que são narrados em vários tempos diferentes - como o Se eu Ficar e Para onde ela foi - você provavelmente não gostará dele, bem como se você não gosta de livros de suspense, que tenham mortes detalhadas e tortura provavelmente você não gostará.

Há muito tempo que eu não lia um livro de suspense - o único antes dele foi o Dexter, a mão esquerda de Deus - pois nunca gostei muito do gênero mas este livro fez com que eu mudasse o meu conceito e começar a gostar mais. 

O final do livro é surpreendente e inesperado a não ser que você seja uma pessoa extremamente esperta e fique atenta aos pequenos detalhes - bem  pequenos mesmo - que estão no decorrer do livro. O Raphael, com toda certeza, está de parabéns pois o livro, que é o seu romance de estreia, é tão bom quanto muitos livros de escritores bem mais conhecidos. Depois de ler esse livro maravilhoso, de um escritor brasileiro, acho que começarei a valorizar mais os escritores daqui!

Ps: preciso de uma adaptação cinematográfica desse livro pra ontem!